quinta-feira, 19 de junho de 2008

Fé e política

“ Sabeis qual é o jejum que Eu aprecio? Diz o Senhor Deus: é romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda a espécie de jugo. É repartir seu alimento com o esfaimado, dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir os maltrapilhos, em lugar de desviar-se de seus semelhantes.” (Is 58,6-7)
1) Orientações sobre fé e política:
Muitos cristãos desconhecem que há uma relação profunda entre a vida cristã e o compromisso pela transformação do mundo.
N o entanto a Igreja tem claro que o social faz parte de sua Missão evangelizadora. Por isso, procura à luz da Revelação elaborar o seu Ensino Social com o objetivo de iluminar a vida concreta dos homens. Efetivamente, “ensinar e difundir a Doutrina Social pertence a sua Missão evangelizadora e faz parte essencial da mensagem cristã.” (C.A.5)
No seu ensino social a Igreja defende que cabe aos leigos a responsabilidade de ordenar as realidades temporais para colocá-las a serviço da instauração do Reino de Deus(Puebla 810). E esta é a finalidade da atividade política que só se justifica como busca do bem comum(CL42).
Neste sentido, a atividade política é a prática do amor cristão na vida social. Todo cristão, movido pelo Espírito Santo tem o dever de lutar para que todos os homens, como filhos de Deus, possam usufruir dos bens da criação que são destinados a todos(SRS42). A Palavra de Deus convida os que nela crêem a transformar a sociedade em que vivem através de prática que manifestem sua experiência de Deus conforme esta escrito.
“ Sabeis qual é o jejum que Eu aprecio? Diz o Senhor Deus: é romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda a espécie de jugo. É repartir seu alimento com o esfaimado, dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir os maltrapilhos, em lugar de desviar-se de seus semelhantes.” (Is 58,6-7)
2) Exemplos de vida pública:
Devido a crise de valores no exercício da vida pública, urge aos membros da Igreja reconhecerem a importância da atividade política como meio de exercer a Missão específica do leigo. Conforme nos ensina a Doutrina Social da Igreja: “O engajamento na política é uma das formas nobres de realizar o compromisso cristão, e os fiéis leigos não podem, absolutamente, abdicar da participação na política” (C.A.24; CL42).
O restabelecimento de uma civilização do amor deve estar impregnado da presença de Deus que é caridade. O cristão está, portanto, chamado a ser instrumento para que a vida em abundância trazida por Cristo chegue a todos os homens e ao homem todo.
3) O chamado do Cristão:
A atividade social é própria de todo homem, por ser membro de uma sociedade, e esta atividade estabelece nexos conforme os valores que o homem tenha. No caso de cristãos a sua atividade política visa impregnar o seu ambiente de atuação dos valores do Evangelho.
Visto que a estrutura social é conseqüência das relações entre os homens, ela só será transformada quando houver uma mudança radical de valores e atitudes que regem as pessoas.
Uma das características da igreja é a evangelização. Por isso ela tem sido uma fonte de profunda mudança de valores e atitudes. Quem conhece a Jesus Cristo e passou pela experiência de Batismo no Espírito Santo sabe que há uma diferença grande entre uma pessoa que crê em Deus e o ama e outra que não se abriu aos seus apelos, neste sentido, quem adere verdadeiramente a igreja não deve deixar de interessar-se pela sociedade, pois, “a omissão ajuda a perpetuação de injustiças” (CR 269).
4) O candidato Cristão:
Evidentemente existem diversos níveis de atividades políticas e nem todos têm a vocação da atuação direta na política partidária. Surgindo este interesse o mesmo deve ser confirmado pela Comunidade de Fé que deverá certificar o carisma social e a maturidade cristã do candidato. É recomendável que se cultive o conhecimento da Doutrina social da Igreja nas comunidades, para suscitar o florescimento dos carismas sociais (Retiro Mundial de Líderes – Roma/87).
O conhecimento da Doutrina Social da Igreja torna-se ainda mais urgente devido a complexidade do mundo político, marcado pela pluralidade partidária que é própria do sistema democrático.
Neste sentido, o cristão ao escolher a sua sigla partidária deve ter o cuidado de escolher entre os partidos aquele que mais se aproxima da Doutrina Social da Igreja.
Além disso “o candidato cristão comprometido com a política partidária, por força da sua fé, nunca deveria afastar-se de sua comunidade, nem esta deveria marginalizá-lo pelo fato de ser candidato” (Igreja Comunidade e Missão – CNBB ,219)
É importante que a comunidade cristã acompanhe o cristão político em toda sua trajetória, não só por meio de orações mas também auxiliando-o no discernimento mediante organismos participativos.
A política é um Dom de Deus, uma arma poderosa para a transformação do mundo, pena que muitos a usam para destruir o mundo.

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